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De todas as varandas do Mundo e de Lisboa foi a minha que tu escolheste. E foi também nela que me deixaste naquela manhã.
Desassossegaste o meu ser, deixaste a tua marca em cada parte do meu corpo e pintaste o teu nome nas paredes do meu quarto. Reviraste os meus lençóis, estreaste a campainha lá de casa e comeste a minha última barrita.
Já comprei mais barritas, o teu cheiro continua na minha almofada, os lençóis continuam revirados e a campainha continua à espera dos teus dedos. Tal como eu.
Só faltas tu. Partiste tão ou mais depressa como chegaste.
O telefone não vibra, a campainha não toca e eu ainda não desisti de espreitar à janela.
O problema é mesmo esse. Ainda não ter desistido e continuar na esperança de te ver subir a rua de casaco comprido, mochila às costas e sorriso na cara.
A minha mãe sempre me disse para não brincar com o fogo.
E foi logo contigo que eu fui brincar.
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